Atualmente, a eficiência energética é um tema recorrente na mídia, no mercado e na política, entretanto, ainda é um assunto vago. Assim, para que se consiga extrair ao máximo o que ela pode oferecer, o objetivo deve ser divido em três passos sequenciais¹. Sobretudo, é importante salientar que a difusão do conceito de eficiência energética deve-se a sua relação com a diminuição do uso de combustíveis fósseis em uma escala global, o encontro do ponto ótimo de produção (produção x consumo) nas indústrias e a redução da conta de “luz” nas casas. Agora conheça quais são os 3 passos para a eficiência energética.
Medir
A princípio, apenas o que pode ser medido pode ser melhorado, seja falando de energia elétrica, água, gás ou outro insumo energético. O primeiro dos 3 passos para a eficiência energética é a mensuração. Atualmente, com as novas tecnologias, existem medidores no mercado que podem atender a uma infinidade de demandas, contudo, frequentemente, a medição de energia é associada à energia elétrica. Portanto, os pontos importantes para se levar em consideração durante o projeto de medição e análise de algum ponto de consumo de insumos energéticos, são:
- Definir qual o insumo a ser medido. A princípio podendo ser energia elétrica, ar comprimido, gás natural, etc.
- Listar qual o foco principal da medição. Ou seja, estratificar o consumo por áreas específicas de uma planta industrial, detectar a razão para algum problema que esteja afetando a produção, detectar a localização deste problema.
- Verificar a infraestrutura existente para a instalação do medidor. Por exemplo, em medição de energia elétrica verificar, se necessário, a existência de transformadores de corrente e tensão no ponto a ser medido e se existe espaço físico disponível para a instalação.
- Verificar a necessidade e padrão de comunicação com o medidor. Com a chegada de novas tecnologias é recomendado utilizar padrões de comunicação universais e atuais.
- Definir qual medidor atende à demanda e quais equipamentos periféricos serão necessários.
- Contratar uma empresa especializada para validar os levantamentos e executar o fornecimento e a instalação.
Gerenciar o que é medido
O segundo dos 3 passos para a eficiência energética é o gerenciamento de dados. A princípio, com os medidores instalados nos pontos principais e desejados, os dados de medição lidos podem ser gerenciados. O gerenciamento está relacionado ao ato de planejar, organizar, ler e priorizar informações com base nos dados recebidos². Isto pode ser feito de diversas formas, entre elas:
- Caneta e papel (por muito tempo, essa foi a única opção). A medição era feita com os olhos e o gerenciamento em tabelas periódicas que mostravam a variação percebida.
- Planilhas Excel. A leitura dos medidores é feita manualmente, muitas vezes dos visores dos medidores, e armazenada em planilhas. Com isso viabiliza um tratamento de dados mínimo e uma possibilidade inicial de geração de gráficos e cruzamento de informações para aprimorar o processo de decisão.
- Softwares de gerenciamento de energia. A leitura dos medidores é feita de forma automática, por meio de protocolos de comunicação padrão³. O nível de versatilidade em termos de customizações e capabilidades dos softwares pode variar. No entanto, consegue-se visualizar as informações de forma centralizada e dinâmica, filtrando dados críticos e a tomada de decisão eficiente.
Agir a partir das informações obtidas
Agora falaremos sobre ações, o terceiro dos 3 passos para a eficiência energética, afinal as informações só podem ser ditas valiosas se com elas se tomem ações. Contudo, não devem ser tomadas indiscriminadamente.
Sobretudo, existem vários fatores influenciam a priorização e até mesmo a viabilidade delas, entre os eles estão:
- Custo. Com o uso de um software de gerenciamento de energia, que um equipamento específico não está desempenhando suas funções adequadamente. A primeira decisão pode ser pela substituição do equipamento, porém, o aumento de produtividade da nova máquina paga seu investimento?
- Impactos na produção. Uma ação pode requerer o desligamento de uma planta, gerando uma parada de produção.
- Tempo de execução. Em termos de resultados, uma ação pode demorar para ser executada ou para ser percebida.
- Equipe. É necessário avaliar se a equipe disponível está capacitada para tomar a ação. Em muitos casos, é sugerido a contratação de profissional especializado.
Em conclusão, é necessário avaliar cada um dos pontos e estimar, com fórmulas e conhecimento prévio, quais ações darão o retorno substancial e mais rápido. Existem empresas especializadas nessa análise de retorno, sobretudo com base em bancos de dados de ações similares e especializações em áreas específicas e análises estatísticas, que podem agilizar o processo e gerenciar tais ações. Ou seja, a priorização das ações recai sobre um único fator que abrange todos acima: retorno sobre o investimento.
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Notas:
¹No caso do consumo residencial, boas práticas. Por exemplo, placas térmicas para aquecimento de água ou placas fotovoltaicas para fornecimento, usar equipamentos com o selo do PROCEL classe A, e/ou apagar as luzes quando não houver necessidade já trazem um retorno substancial.
²No contexto dessa publicação, informações são o que se absorve de valor de dados brutos.
³O padrão de protocolos de comunicação varia entre os diferentes tipos de medidores e sistemas.