O uso racional da Energia Elétrica – Gestão Energética

O uso racional da Energia Elétrica – Gestão Energética

Atualmente, um assunto de extrema importância social, econômica e ambiental vem sendo abordado em todos os meios de comunicação: o uso racional de energia elétrica. Tal fato se dá, tanto pela atual escassez de recursos naturais para a produção de energia, com consequente impacto em sua geração, como pelo alto valor a ser pago pelo quilowatt-hora, devido aos altos custos da produção, transmissão e distribuição de energia, a alta carga tributária incidente e o uso ineficiente da energia produzida.

Como o preço da energia elétrica não é fixo, e depende de diversos fatores para sua definição, os grandes consumidores, sobretudo as indústrias, necessitam melhorar e gerenciar os processos de produção e seus sistemas, de forma a reduzir o desperdício de energia.

O setor elétrico brasileiro vem sofrendo dificuldades para planejar e garantir o fornecimento de energia elétrica em atendimento aos atuais aumentos de demanda nacional. Tais dificuldades são caracterizadas, tanto pela forte crise hídrica, mais grave a partir de 2014, quanto pelo aumento de consumo de energia elétrica do brasileiro, que segue uma tendência mundial [Queiroz, 2015]. Outro fator degradante são os atrasos na entrega de empreendimentos que aumentariam a potência energética do país, alguns frutos de desvio de dinheiro público e escândalos de corrupção, que prejudicam o andamento das obras por englobar também representantes das empreiteiras, e outros por mau planejamento.

Por outro lado, além da capacidade de produção de energia elétrica no país não ter previsões assertivas de aumento, o setor ainda sofre com o alto desperdício de energia, onde a indústria tem grande parcela de culpa, por não investir em recursos e sistemas capazes de reduzir o consumo de eletricidade, além da inconsciência socioambiental de muitos consumidores. Dados da Abesco, afirmam que entre 2015 e 2017, o Brasil poderia ter economizado mais de 142GWh de energia, refletindo um desperdício de mais da metade da produção de energia de Itaipu no mesmo período.  Isto deve-se em parte pelo entendimento falho de que investimentos em eficiência energética são gastos e não medidas de economia e redução de custos [Trezza, 2018].

Dados da Aneel, atualizados até 03 de junho de 2018, mostram que a produção de energia elétrica a partir de hidrelétricas corresponde a 60,68% da matriz energética nacional, o que representa mais de 101 milhões de kW em potencial hídrico instalado no país. A escassez de água tem impacto direto no preço final da energia elétrica, uma vez que, caso as usinas hidrelétricas não tenham capacidade de atender a demanda de energia, torna-se necessário o despacho de usinas térmicas, que por sua vez têm alto custo de produção e grande potencial poluidor.

Diante desta realidade, em um momento de instabilidade da capacidade de fornecimento de energia elétrica no sistema brasileiro, o Governo, juntamente com o Ministério de Minas e Energia (MME), impulsionou propostas para mitigar os impactos causados pela desestabilização do setor. Dentre as propostas, as principais foram as promessas de investimento no setor elétrico, grandes campanhas de conscientização no consumo de energia elétrica, implementação de bandeiras tarifárias e aumento de tributos, que inflaram o preço final da energia elétrica considerando que quem consome mais, paga mais caro. Desta forma, o Governo direcionou o consumidor para que ele sentisse no próprio bolso a necessidade do consumo consciente. Para atingir a redução do consumo e fugir dos altos preços das contas de energia elétrica, além de ter direto impacto ambiental, foram aplicadas medidas de conscientização para a obrigação de todos os consumidores na busca da eficiência energética no consumo de eletricidade. O objetivo principal foi a redução do desperdício de energia, especialmente nas indústrias. Programas como o PROCEL, Programa Nacional de Conservação de Energia Elétrica, instituído para promover o uso eficiente da energia elétrica e combater o seu desperdício, tornou-se uma ferramenta na busca da conservação e preservação dos recursos ambientais [PROCEL, 2018]. Outra ferramenta importante nessa busca foi a utilização de sistemas capazes de gerenciar o consumo de energia elétrica, aumentando assim a eficiência energética.

Diante desse cenário, e levando em consideração o constante aumento de demanda de energia elétrica no Brasil, necessita-se uma maximização na capacidade dos sistemas disponíveis em fazer o uso eficiente da energia já disponível, de forma que não haja desperdícios e evite a demanda de maior produção de energia.

*Introdução do TCC do Curso de Engenharia Elétrica – Estudos preliminares visando a gestão energética no complexo de edifícios da Escola de Engenharia da UFMG.

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